Apesar das diferenças perceptíveis para aqueles motoristas mais sensíveis, dirigir um carro equipado com câmbio DSG em primeira análise, parece mais ou menos a mesma coisa que dirigir um automático tradicional. Realmente quando se está rodando, as diferenças são pequenas, se você prestar bastante atenção, vai notar que o câmbio DSG parece trocar de marcha mais rápido, aliás... muito mais rápido. Esse pequeno milagre se deve ao fato dessa transmissão estar equipada com duas embreagens sendo que uma marcha fica pré engatada enquanto a outra faz seu trabalho ativo. Quando acontece a mudança, a marcha já está lá, apenas acontece a troca de embreagens o que é um processo mecânico bem mais veloz que quando engrenagens precisam troca de lugar.
Mas as diferenças param por aí. Uma vez que o câmbio DSG não possui conversor de torque, como acontece com a maioria das transmissões automáticas, a saída precisa de uma atenção especial, já que a impressão que se tem é que nada mudou, afinal basta pisar no acelerador e o carro sai andando, não é isso mesmo? De fato é isso que você percebe no mundo exterior, mas lá dentro da transmissão estão as embreagens trabalhando da mesma forma que um carro manual, apenas que quem gerencia seu funcionamento é o módulo eletrônico do câmbio. Até aí tudo bem, mas quando você está parado no trânsito e o carro da frente se movimenta, você não irá querer colar na traseira dele, irá preferir deixa-lo se afastar um pouco a fim de que você se certifique de que não será necessário parar novamente no instante seguinte. Em outras palavras, você não quer ficar queimando embreagem como faria com um carro manual, então irá tentar economizar as embreagens ao máximo que for possível. Também será muito boa ideia se você tentar fazer uma revisão de seu estilo de dirigir. Não há dúvida alguma que quanto mais agressivamente você pilotar sua máquina, mais ela irá sentir e devolver uma vida mais curta, obrigando você a ir mais cedo para a oficina. Você quer isso? As oficinas de transmissão automática não se importam.
1 - Quando parar, não coloque em N
Os engenheiros que criaram os projetos de transmissão DSG preveram que quando o carro estivesse parado e o freio acionado, as embreagens ficariam 100% desacopladas, voltando a acoplar-se imediatamente quando sentem que o motorista pisou no acelerador. Se você coloca a transmissão em N, as embreagens acoplam o que significa atrito e consequentemente, desgaste.
2 - Se parar na subida não tire o pé do freio
Carros automáticos tendem a mover-se para frente ligeiramente quando estão engatados, por conta disso, muita gente percebeu que é possível, dependendo do ângulo da ladeira, tirar o pé do freio para o carro ficar "queimando fricção". Na prática isso contribui para mais desgaste das delicadas embreagens do seu DSG. Não faça isso, você irá preferir pisar no freio ou puxar o freio de mão nas ladeiras a priori de deixar essa tarefa para as embreagens de seu câmbio.
3 - Tente não gastar tempo andando lento, especialmente em subida ou se está rebocando.
O anda e para do trânsito é um veneno para o DSG. Colabore evitando que o carro fique se movendo em baixíssima velocidade sem que você esteja pisando no acelerador. Quando isso acontece, as embreagens permanecem em constante ajuste, como no carro com câmbio mecânico quando você regula a velocidade no pedal do "disimbraio". Como comentamos acima, prefira engajar em marcha normal usando o acelerador somente quando notar que não irá ter de parar tão cedo. Eu sei que pareço estar pedindo muito, mas apenas o fato de você ter conhecimento dessa informação poderá servir de ferramenta para revisar alguns pontos cruciais da forma como você conduz seu DSG.
4 - Em modo manual, não reduza enquanto acelera nem suba as marchas ao frear.
Não que seja proibido, porém você estará retardando os processos internos de funcionamento e causando mais desgaste nas embreagens. Por que isso acontece? O câmbio DSG, como comentei acima, possui duas embreagens. Estas ficam ligadas em duas árvores de engrenagens independentes, num câmbio de 7 marchas, por exemplo, enquanto uma das árvores se encarrega das marchas 1, 3, 5 e 7, a outra é dona da 2, 4, 6 e ré. É como dois câmbios dentro de um. Então quando você coloca em D e pisa no acelerador, o câmbio engata a 1ª marcha e imediatamente depois a segunda embreagem, ao perceber que você está acelerando, trata de engatar a 2ª, afinal ao que tudo indica, você está aumentando a velocidade. Ao atingir o regime de giros da mudança ela acontece pela simples troca de embreagens, então a segunda entra enquanto a terceira já se prepara para o próximo ciclo e assim por diante.
Quando você coloca o câmbio em modo manual para fazer as mudanças sob seu comando, o câmbio colhe dados para tentar descobrir qual marcha ele deve escolher para entrar depois da marcha que você está. Se você tenta "enganar" o câmbio, acelerando enquanto reduz e vice versa, o câmbio precisa desengatar a marcha provável que foi automaticamente determinada e engatar a improvável que você induziu manualmente. Isso significa trabalho dobrado para as embreagens e novamente, mais desgaste. É preciso permitir que o câmbio possa prever qual será a próxima marcha e isto significa dirigir de forma "previsível", ao menos no que diz respeito a limitada inteligência da máquina.
5 - Evite arrancadas violentas
A velha brincadeira que muitos aprendemos vendo filmes americanos e que consiste em pisar no freio com o pé esquerdo enquanto acelera o máximo para então soltar o pedal e o carro sair cantando pneu, pode não produzir resultados muito divertidos para o dono do carro DSG. Algumas transmissões mais avançadas inclusive, irão tentar engatar a primeira marcha, mas se o sistema perceber que o carro não está se movendo apesar do motorista estar pisando no acelerador, irá desacoplar as embreagens e reduzir a aceleração até que você solte o acelerador. Isso acontece porque os fabricantes têm mais bom senso que certos motoristas e procuram prever possíveis danos que ele poderá causar à transmissão se ficar segurando o freio por muito tempo.
Ainda assim é possível fazer uma arrancada, bastando segurar o pedal do freio por um tempo muito curto e soltando em seguida antes que a aceleração caia. Quanto maior o tempo, mais as embreagens irão aquecer e calor é sinônimo de desgaste prematuro, então brinque conscientemente.
Interpretação e tradução da publicação original de Chris Perkins no site Road and Track
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